Imunoterapia

A imunoterapia consiste de drogas que estimulam o próprio sistema imunológico do indivíduo, através da ação dos glóbulos brancos, a destruir as células malignas.
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O que é imunoterapia?

Imunoterapia é um tipo de tratamento contra o câncer que ajuda o próprio sistema imunológico do paciente a atacar o câncer.

Qual é o médico especialista em imunoterapia?

O médico especialista em imunoterapia é o oncologista clínico, no caso das neoplasias sólidas, e o onco-hematologista, no caso das neoplasias hematológicas.

O oncopediatra é o médico especialista em imunoterapia na faixa etária de crianças e adolescentes.

Como a imunoterapia funciona contra o câncer?

O sistema imunológico é formado por células e anticorpos que defendem o organismo contra ameaças externas (microrganismos) e internas (células malignas).

O câncer é consequência de erros ou mutações que acontecem nos genes contidos na molécula de DNA dentro das células e que se acumulam durante sua replicação. Essas mutações conferem vantagens adaptativas às células malignas, que se tornam capazes de se multiplicar sem controle.

Essas mutações também geram proteínas alteradas ou antígenos que podem ser reconhecidas pelo sistema imune. No entanto, frequentemente as células malignas criam meios de evadirem da imunovigilância, especialmente dos linfócitos T, ficando invisíveis a ele ou inibindo sua função.

A imunoterapia atua reduzindo a atividade de inibição da resposta imune induzida pelas células tumorais. Em outras palavras, a imunoterapia desinibe o sistema imunológico, que passa a reconhecer e destruir as células malignas.

Quais são os tipos de imunoterapia?

Existem alguns tipos de imunoterapia usadas no tratamento do câncer:

Inibidores de checkpoint imune

Os checkpoints imunes são mecanismos moleculares que tornam uma resposta imune mais branda. Ao inibirem os checkpoints, essas drogas permitem ao sistema imune reagir mais intensamente contra o câncer. Exemplos: inibidores de CTLA-4, inibidores de PD-1, inibidores de PD-L1.

Terapia de transferência de células T

Consiste na remoção de linfócitos T do paciente, sua modificação em laboratório aumentando sua capacidade de destruir células malignas e sua posterior reintrodução na corrente sanguínea do paciente. Exemplo: CAR-T cell.

Anticorpos monoclonais

São proteínas do sistema imunológico criadas em laboratório para se ligar em alvos específicos das células malignas. Desta forma, as células malignas ficam “marcadas” e passam a ser melhor reconhecidas e destruídas pelo sistema imunológico. Exemplo: anti-CD20.

Vacinas

Consiste numa solução contendo proteínas ou antígenos das células malignas, capazes de estimular o sistema imunológico do paciente a reconhecer e atacar as células malignas que contenham essas proteínas. A vacina pode ainda ser feita das próprias células do sistema imune, chamadas células dendríticas, capazes de responder às proteínas das células malignas. Exemplo: Sipuleucel-T.

Moduladores do sistema imune (citocinas, bcg)

Consiste em drogas que aumentam a resposta imune do organismo contra o câncer. Exemplo: citocinas, BCG.

Quais pacientes têm indicação de imunoterapia?

Os medicamentos, incluindo a imunoterapia, são uma das bases do tratamento oncológico e são usados no tratamento de muitos tipos de câncer.

No entanto, especificamente a imunoterapia ainda não é amplamente usada para todos os tipos de câncer, como as demais modalidades de tratamento.

Assim como a cirurgia e a radioterapia, a imunoterapia pode ter objetivo curativo ou paliativo contra o câncer.

Quando o intuito é curativo, a imunoterapia é usada para eliminar completamente o câncer e/ou diminuir o risco de que ele volte.

Quando o intuito é paliativo, a imunoterapia é usada para reduzir o tamanho do tumor e assim aliviar os sintomas como dor ou falta de ar.

A imunoterapia pode ser usada com outros tratamentos contra o câncer?

Sim.

O tratamento com medicamentos, incluindo a imunoterapia, faz parte do tripé do tratamento oncológico, juntamente com a cirurgia e a radioterapia. Muitas vezes é usada isoladamente no tratamento do paciente com câncer.

Em alguns casos, porém, a imunoterapia é usada em combinação com um ou mais tratamentos. A sequência do tratamento com imunoterapia varia dependendo do tipo e estágio do câncer e do objetivo do tratamento:

  • Antes da cirurgia: para reduzir o tamanho do tumor, facilitando sua posterior remoção pelo cirurgião. Este é o chamado tratamento neoadjuvante;
  • Depois da cirurgia: para destruir células malignas que possam ter sobrado no local onde o tumor estava ou em outras partes do corpo. Este é o chamado tratamento adjuvante.

Quais são os efeitos colaterais da imunoterapia?

A imunoterapia estimula o sistema imunológico a atacar as células malignas.

No entanto, além de atingir as células do câncer, o sistema imunológico estimulado pela imunoterapia pode danificar células saudáveis.

Assim, podem ocorrer efeitos colaterais, que dependem de características individuais de cada paciente e do tipo de quimioterapia usada. Os principais efeitos colaterais da imunoterapia são:

  • Fadiga;
  • Febre;
  • Náusea e vômito;
  • Dor nas juntas;
  • Diarreia;
  • Inflamação nos órgãos.

É importante destacar que as pessoas respondem diferentemente a um mesmo tratamento.

Algumas não sofrem efeitos colaterais, enquanto outras sofrem um ou mais efeitos colaterais que variam amplamente de uma pessoa para outra quanto às características:

  • Quantidade: poucos ou muitos;
  • Intensidade: leves ou intensos;
  • Surgimento: precoce ou tardio;
  • Duração: passageiros ou duradouros/permanentes.

Existem medicamentos e medidas a serem tomadas para aliviar muitos desses efeitos colaterais.

Converse sempre com o seu médico sobre seu tratamento, seus possíveis efeitos colaterais e como amenizá-los.

Como a imunoterapia é aplicada?

A imunoterapia pode ser aplicada pelas seguintes vias:

  • Intravenosa: solução injetada na veia;
  • Oral: comprimidos pela boca;
  • Tópica: creme aplicado sobre a pele;
  • Intravesical: solução instilada dentro da bexiga.

Como é escolhida a imunoterapia e quanto tempo dura o tratamento com imunoterapia?
O esquema de imunoterapia e a duração do tratamento prescritos pelo oncologista depende de vários fatores:

  • Tipo de câncer;
  • Estágio do câncer;
  • Objetivo do tratamento: curativo ou paliativo
  • Tratamentos anteriores;
  • Estado geral do paciente;
  • Resposta ao tratamento.

A imunoterapia geralmente é administrada em ciclos, que equivalem ao dia da aplicação da medicação mais um período de descanso. Esses ciclos geralmente duram de 2 a 6semanas, e o tratamento pode durar de alguns meses até por tempo indeterminado.

Como saber se a imunoterapia está funcionando?

Durante o tratamento com imunoterapia o paciente consultará o seu oncologista com frequência, a cada poucas semanas. Nessas consultas, o médico avaliará o estado geral do paciente, se houve algum efeito colateral devido tratamento, bem como alguns exames de sangue.

Os efeitos colaterais na maioria das vezes não são parâmetros adequados para avaliar a eficácia do tratamento. A falta de efeitos colaterais não significa que a quimioterapia não está funcionando. Por outro lado, a presença de efeitos colaterais intensos não significa que a imunoterapia está sendo mais eficaz.

Quando a imunoterapia está sendo feita para reduzir o tamanho do tumor, eventualmente é possível avaliar a eficácia do tratamento durante o exame físico do paciente, caso o tumor seja palpável.

Na maioria das vezes, além do exame físico frequente, o médico solicitará exames complementares de sangue e imagem, como tomografias, para melhor avaliar a resposta ao tratamento aproximadamente a cada 3 meses.

 

Dr. Rodrigo de Assis Moraes

Médico Oncologista Clínico

CRM-SP 124.668 | RQE 44.725

 

Última atualização: 06/04/2022

 

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Dr. Rodrigo de Assis Moraes
Oncologista Clínico em
Campinas - SP

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Médico Oncologista Clínico em Campinas - SP com a missão diária de ajudar as pessoas no enfrentamento do câncer e contribuir para a promoção da saúde e do bem estar.

Graduação e residência médica pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, com estágio na Mayo Clinic nos EUA e título de especialista pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e Associação Médica Brasileira.

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