Cirurgia
O que é cirurgia?
Cirurgia é o procedimento feito por médicos cirurgiões para tratar doenças por meio de operações usando as mãos e instrumentos.
O que é cirurgia oncológica?
A cirurgia oncológica é o procedimento para a retirada (ressecção) do tumor do corpo do paciente por meio de operações manuais e instrumentais feitas por cirurgiões. É uma das principais modalidades de tratamento do paciente com câncer.
Qual é o médico especialista em cirurgia?
O médico especialista em cirurgia é o cirurgião.
Existem várias especialidades médicas cirúrgicas, de acordo com a região do corpo:
- Mastologia: o mastologista é especialista em mamas;
- Urologia: o urologista é especialista no aparelho urinário (rins, bexiga, próstata);
- Cirurgia do Aparelho Digestivo: o cirurgião do aparelho digestivo é especialista no aparelho digestivo (esôfago, estômago, fígado, pâncreas);
- Etc.
Como a cirurgia é feita?
A cirurgia é feita pelo médico cirurgião geralmente por meio de cortes ou furos na pele e músculos por meios de bisturis e vários outros instrumentos.
Para que o paciente não sinta dor durante o procedimento, o médico anestesista aplica medicamentos capazes de tirar sua dor e eventualmente sedá-lo. Existem três tipos de anestesia:
- Anestesia local: elimina a sensação de dor em uma pequena área do corpo;
- Anestesia regional: elimina a sensação de dor em uma parte maior do corpo, como um braço;
- Anestesia geral: causa a perda total da consciência e elimina a sensação de dor em todo o corpo.
A cirurgia sempre é feita com cortes ou furos no corpo?
Não.
Existem alguns tipos de cirurgia que não envolvem a ressecção do tumor por meio de cortes ou furos feitos com o bisturi. Exemplos:
Laser
Laser é um feixe de luz potente que pode ser usado para cortar e é aplicado em alguns tipos de cirurgias que requerem precisão, ou ainda para destruir um tecido anormal. É usado em alguns casos de cânceres de pele, colo uterino, vagina, esôfago e pulmão.
Crioterapia
Crioterapia ou criocirurgia é um tipo de tratamento que utiliza frio extremo produzido por nitrogênio líquido ou gás de argônio para destruir um tecido anormal. É usado em alguns casos de câncer de pele, retinoblastoma e lesões pré-malignas de colo uterino.
Hipertermia
Hipertermia é um tipo de tratamento que utiliza calor para destruir um tecido anormal. A ablação por radiofrequência é um tipo de hipertermia que utiliza ondas de rádio de alta energia para gerar calor.
Terapia fotodinâmica
Terapia fotodinâmica é um tipo de tratamento que utiliza a reação gerada da interação de algumas drogas com um certo tipo de luz para destruir um tecido anormal. É usado em alguns casos de câncer de pele, micose fungoide e câncer de pulmão.
Quais são os tipos de cirurgia?
Existem vários tipos de cirurgia, de acordo com o objetivo, a região do corpo operada e as preferências do médico e do paciente. Quanto ao acesso, a cirurgia pode ser classificada em:
Cirurgia aberta
Envolve um corte grande na pele ou na mucosa para a remoção do tumor. O cirurgião visualiza e opera diretamente o interior do corpo inserindo suas mãos e instrumentos por dentro do corte.
Cirurgia minimamente invasiva
Envolve pequenos furos na pele ou mucosa para a remoção do tumor. O cirurgião introduz nesses furos um tubo fino com câmera na ponta, chamado laparoscópio, que permite a visualização do interior do corpo num monitor, além de outros instrumentos que permitem a remoção do tumor.
Quais pacientes com câncer precisam de cirurgia? Quais são os objetivos da cirurgia?
A cirurgia é uma das bases do tratamento oncológico, juntamente com a radioterapia e os medicamentos.
A cirurgia é indicada geralmente para pacientes em condições clínicas adequadas, com tumores sólidos e localizados em apenas uma região do corpo. Neste caso, os objetivos da cirurgia podem ser:
- Remover o tumor inteiro;
- Remover parte do tumor, diminuindo seu tamanho;
- Aliviar os sintomas causados pelo tumor.
A cirurgia não é indicada para as seguintes situações:
- Leucemia (um tipo de câncer de sangue);
- Câncer com metástases (quando o câncer se espalhou para outras partes do corpo);
- Falta de condições clínicas do paciente.
Quais são os riscos da cirurgia?
A cirurgia muitas vezes é necessária para melhorar a saúde de uma pessoa, para eventualmente aumentar seu tempo de vida ou mesmo curar uma doença. Porém, nenhuma cirurgia é livre de risco. Alguns riscos estão relacionados ao procedimento em si; outros, relacionados ao indivíduo.
Conhecer a real necessidade da cirurgia, bem como suas possíveis complicações ajuda o médico e o paciente a tomar a melhor decisão. Os riscos cirúrgicos mais comuns são:
Dor
Após uma cirurgia, a maioria das pessoas terá alguma dor. A intensidade e a duração da dor dependem do local operado, da extensão do procedimento e da sensibilidade individual à dor. Existem medicamentos eficazes para o controle da dor.
Infecção
Sempre existe o risco de infecção quando a pele ou a mucosa é rompida, embora a cirurgia seja feita com técnicas limpas. A infecção é uma complicação que pode ocorrer após a cirurgia na cicatriz cirúrgica ou em outros órgãos (infecção de urina, pneumonia etc.) ou mesmo no sangue (sepse).
Dificuldade de cicatrização
O tempo de cicatrização da ferida operatória varia de pessoa para pessoa, mas pode ser maior em indivíduos que possuem outras doenças crônicas ou que esteja desnutrido. A dificuldade de cicatrização aumenta o risco de infecção da ferida.
Dano de tecidos saudáveis
Durante uma cirurgia pode ocorrer a lesão de um tecido saudável devido à proximidade da região que estava sendo operada. Esse dano pode ser corrigido no mesmo procedimento ou numa futura cirurgia. Eventualmente o dano pode causar alguma sequela irreversível.
Hemorragia
Algum sangramento é comum durante a cirurgia, mas sangramento excessivo pode acontecer e requerer transfusão de sangue. Algumas religiões proíbem a transfusão, o que deve ser discutido com o médico antes do procedimento.
Trombose
Trombose é a formação de coágulo dentro de vasos sanguíneos, o que pode acontecer na área operada ou devido à imobilidade durante a recuperação depois da cirurgia. O uso de anticoagulantes e a voltar a andar assim que possível minimiza esse risco.
Broncoaspiração
É a entrada de líquidos ou alimentos para os pulmões durante a intubação minutos antes do início da cirurgia. O jejum antes do procedimento minimiza esse risco.
Reação às drogas da anestesia
São alterações que podem ocorrer como reação às drogas anestésicas, como aumento da pressão ou dos batimentos cardíacos ou, mais raramente, da temperatura do corpo.
O que esperar antes de uma cirurgia?
Antes da cirurgia são necessários alguns requisitos para diminuir o risco de complicações e aumentar a chance de sucesso do procedimento, tais como:
Avaliação do estado nutricional e saúde geral
A cirurgia pode aumentar a necessidade de nutrientes para depois promover a cicatrização. Caso o paciente esteja desnutrido, precisará de uma dieta hipercalórica e hiperproteica antes da cirurgia.
Avaliação pré-operatória
A avaliação pré-operatória é feita pelos médicos anestesista e cardiologista, por meio de consultas e realização de exames complementares (sangue, imagem, entre outros).
Jejum
Algumas horas antes da cirurgia, o paciente deverá ficar em jejum, ou seja, ficará proibido de comer ou beber, com o objetivo de diminuir o risco de broncoaspiração durante a intubação.
O que esperar durante uma cirurgia?
Durante a cirurgia, o paciente estará anestesiado (não sentirá dor) e, dependendo do porte do procedimento, sedado (inconsciente) devido às drogas aplicadas pelo anestesista.
Enquanto isso o cirurgião trabalhará para remover o tumor, outros tecidos suspeitos caso encontre e, eventualmente, linfonodos (gânglios linfáticos) próximos. Todo esse material será posteriormente avaliado pelo médico patologista, que descreverá sobre o tumor.
O que esperar depois de uma cirurgia?
Após o término de uma cirurgia, o paciente receberá várias orientações:
- Como controlar a dor;
- Como se alimentar;
- Como cuidar da ferida operatória;
- Quando poderá voltar às suas atividades diárias e exercícios físicos;
- Quando poderá voltar a trabalhar.
Após a alta hospitalar, o paciente geralmente tem um retorno com o cirurgião alguns dias depois para avaliar o resultado da cirurgia e possíveis complicações, remoção de pontos se necessário e para receber novas orientações.
Dr. Rodrigo de Assis Moraes
Médico Oncologista Clínico
CRM-SP 124.668 | RQE 44.725
Última atualização: 06/04/2022
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Dr. Rodrigo de Assis Moraes
Oncologista Clínico em
Campinas - SP
Médico Oncologista Clínico em Campinas - SP com a missão diária de ajudar as pessoas no enfrentamento do câncer e contribuir para a promoção da saúde e do bem estar.
Graduação e residência médica pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, com estágio na Mayo Clinic nos EUA e título de especialista pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e Associação Médica Brasileira.
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