Dúvidas sobre o Câncer
A pessoa que se depara com o desafio pessoal ou familiar de enfrentar o câncer precisa de respostas rápidas às suas dúvidas. A seguir estão as respostas a algumas das principais dúvidas sobre o assunto.
O que é Oncologia?
Oncologia é a especialidade médica que estuda o câncer.
O que faz o Oncologista?
Oncologista é o médico responsável por tratar o paciente com câncer e acompanha-lo durante toda a sua trajetória após o diagnóstico. Busca oferecer as melhores opções de tratamento disponíveis e adequadas a cada paciente, de maneira individualizada, tais como:
- Quimioterapia;
- Hormonioterapia;
- Terapia-alvo;
- Imunoterapia.
Tem como objetivo ajudar o paciente no processo de cura e/ou alívio dos sintomas, buscando qualidade de vida e conforto.
Quando procurar um Oncologista?
O paciente deve procurar o oncologista quando for diagnosticado com câncer. É ele quem vai analisar o seu caso e determinar o melhor plano de tratamento e acompanhamento.
O que é câncer?
O câncer é a multiplicação descontrolada e agressiva das células, que pode ocorrer em qualquer parte do corpo. Existem mais de 100 tipos e subtipos diferentes de câncer conforme o órgão onde ele surge.
Portanto, o câncer não é considerado uma única doença, mas um conjunto de várias doenças que têm em comum a proliferação celular desordenada, cada uma com suas características próprias.
Assim, um câncer de mama é diferente de um câncer pâncreas. E mesmo dois pacientes com diagnósticos iguais (exemplo, ambos com câncer de próstata), podem apresentar evolução distinta.
O que é tumor?
Tumor é um nódulo ou uma massa de células que cresce de maneira desordenada em alguma parte do corpo, sendo classificado como:
- Tumor benigno: cresce lentamente, não se espalha e não ameaça a vida. Exemplos: verrugas, miomas etc;
- Tumor maligno: cresce mais rapidamente, pode se espalhar e pode ameaçar a vida. Exemplos: câncer de mama, câncer de próstata etc.
Tumor e câncer são a mesma coisa?
Não exatamente. O tumor pode ser benigno ou maligno. Já o câncer é o mesmo que tumor maligno.
Todo câncer é maligno?
Sim, todo câncer é maligno.
A doença requer atenção, uma vez que suas células alteradas se multiplicam agressivamente, podendo se espalhar pela corrente sanguínea e atingir outros órgãos. Lá se desenvolvendo, podem causar alterações na forma ou no funcionamento do órgão e, por consequência, colocar a vida do paciente em risco.
O que é metástase?
Metástase é a presença do câncer em órgãos distantes do local de origem. Por exemplo, um câncer inicialmente originado na mama que posteriormente se desenvolve no fígado. É também conhecida como lesão secundária.
Quais são as causas do câncer?
Os principais fatores de risco do câncer são:
- Tabagismo;
- Obesidade e sobrepeso;
- Alimentação inadequada;
- Atividade física insuficiente;
- Algumas infecções;
- Poluentes ambientais e ocupacionais;
- Hormônios;
- Radiação ultravioleta e ionizante;
- Álcool;
- Genética.
Vale ressaltar que a causa do câncer geralmente é multifatorial, existem vários fatores de risco envolvidos.
Por outro lado, existem casos de câncer em que a causa é desconhecida, ou seja, o paciente não possuía nenhum fator de risco que justificasse o desenvolvimento da doença.
Como prevenir o câncer?
Existem três níveis de prevenção de doenças:
- Primária: significa adotar medidas para impedir que a doença se instale em um indivíduo sadio Exemplo: alimentar-se de maneira saudável;
- Secundária: significa adotar medidas para detectar e prevenir a doença em seu estágio inicial, ainda em sua fase assintomática. Exemplo: fazer colonoscopia periodicamente;
- Terciária: significa o manejo da doença após sua instalação e seu diagnóstico, a fim de minimizar sintomas e complicações. Exemplo: submeter-se a uma cirurgia para ressecção de um câncer de cólon.
Quando falamos em prevenção do câncer, geralmente referimo-nos à prevenção primária ou secundária.
Assim, é possível prevenir ou reduzir o risco de câncer por meio das seguintes medidas:
- Adotando hábitos de vida saudáveis (prevenção primária);
- Fazendo exames de rastreamento (prevenção secundária).
A adoção dessas medidas para prevenir o câncer não garante o não surgimento da doença ao longo da vida, porém reduz drasticamente o seu risco.
O que é rastreamento do câncer?
Rastreamento significa fazer exames para tentar detectar doenças em pessoas assintomáticas, ou seja, sem sintomas. É uma forma de prevenção secundária.
Por que fazer exames preventivos contra o câncer?
Alguns exames são capazes de descobrir e tratar lesões pré-malignas, que se transformariam em câncer no futuro. Por exemplo, a colonoscopia pode identificar e remover pólipos com tendência maligna. Trata-se da prevenção secundária.
Os exames preventivos também podem descobrir o câncer já instalado, mas em fase inicial, onde a chance de cura é significativa.
Quais tipos de câncer podem ser prevenidos por meio de exames?
Os tipos de câncer que podem ser prevenidos por meio de exames de rastreamento e suas respectivas campanhas são:
- Mama (Outubro Rosa);
- Próstata (Novembro Azul);
- Cólon e Reto (Março Azul-Marinho);
- Colo de útero (Março Lilás);
- Pulmão (Agosto Branco).
Quais exames podem ser feitos para a prevenção do câncer?
Os principais exames de rastreamento para prevenção do câncer e suas recomendações pelas autoridades de saúde são:
- Colonoscopia ou sangue oculto nas fezes: a American Cancer Society recomenda o rastreamento do câncer de cólon e reto para homens e mulheres a partir dos 45 anos de risco habitual, por meio de colonoscopia a cada 10 anos ou sangue oculto nas fezes uma vez por ano.
- Tomografia computadorizada helicoidal de tórax com baixa dose de radiação: o USPTF recomenda o rastreamento do câncer de pulmão para homens e mulheres de 50 a 80 anos com histórico de tabagismo de 20 anos-maço e que atualmente fuma ou pararam de fumar nos últimos 15 anos, por meio de tomografia computadorizada helicoidal de tórax com baixa dose de radiação.
- Mamografia: a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda o rastreamento do câncer de mama para mulheres de risco habitual a partir dos 40 anos e para mulheres de alto risco a partir dos 30 anos, por meio de mamografia uma vez por ano.
- Citologia cervical Papanicolau: o Ministério da Saúde recomenda rastreamento do câncer de colo de útero para mulheres de 25 a 64 anos, por meio do exame Papanicolau uma vez por ano. Após dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano, o exame pode ser repetido a cada três anos.
- Toque retal e dosagem de PSA (antígeno prostático específico): a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir dos 50 anos devem procurar um profissional especializado para avaliação individualizada quanto ao rastreamento do câncer de próstata.
Quais são os sinais e sintomas do câncer?
O câncer geralmente é silencioso em sua fase inicial, ou seja, o paciente pode não apresentar nenhum sintoma.
Com o avanço da doença, os sintomas podem aparecer e dependem do local acometido. Por isso, são muito variados, podendo se apresentar como:
- Nódulo;
- Mancha;
- Desconforto;
- Dor;
- Sangramento etc.
Quando presentes, os sintomas têm um caráter progressivo, tendem a piorar ao longo do tempo se nada for feito, debilitando o indivíduo conforme a doença se desenvolve.
Como é feito o diagnóstico do câncer?
Além do rastreamento, quando o câncer pode ser descoberto por meio de exames em indivíduos assintomáticos, outra forma de detecção do câncer é por meio de exames direcionados a partir de sinais ou sintomas que a pessoa apresenta.
Nessa situação, o diagnóstico do paciente com câncer envolve três etapas:
- Sinais e sintomas: geralmente presentes em fases mais avançadas da doença.
- Exames complementares: exames laboratoriais (sangue, urina, fezes), exames de imagem (tomografia, ultrassom), exames endoscópicos (endoscopia digestiva, colonoscopia) etc.
- Biópsia: é a retirada de um fragmento do tumor para análise e confirmação do diagnóstico pelo médico patologista.
Quais médicos especialistas tratam do paciente com câncer?
O tratamento do paciente com câncer é multidisciplinar. Na maioria das vezes, o paciente oncológico precisará do acompanhamento de pelo menos três especialistas médicos:
- Cirurgião;
- Radio-Oncologista;
- Oncologista Clínico (neoplasias sólidas) ou um Onco-Hematologista (neoplasias hematológicas);
Quanto aos especialistas em tratamentos medicamentosos, é importante destacar:
- O Oncologista Clínico cuida de pacientes com as chamadas neoplasias sólidas (câncer de mama, câncer de próstata, câncer de cólon etc.);
- O Onco-Hematologista cuida de pacientes com neoplasias hematológicas, ou seja, com origem na medula óssea ou órgãos linfáticos (linfoma, leucemia, mieloma etc.);
- O Médico Nuclear atua eventualmente para tratar de certos pacientes quando solicitado pelos oncologistas.
Quais são os principais tratamentos contra o câncer?
Os principais tratamento contra o câncer são:
- Cirurgia;
- Radioterapia;
Tratamento medicamentoso, como quimioterapia, hormonioterapia, terapia-alvo, imunoterapia e radioisótopos.
É o Oncologista Clínico o médico encarregado de prescrever o tratamento medicamento quando houver necessidade.
O que é pesquisa clínica?
Pesquisa clínica é a investigação científica em seres humanos para desenvolvimento de novas drogas ou tratamentos. A participação em pesquisas clínicas é voluntária. A partir desses estudos é que surgem tratamentos novos que beneficiam a humanidade. Eventualmente o paciente oncológico pode participar de pesquisas clínicas, de forma voluntária e após consentimento livre e esclarecido.
Quais profissionais tratam do paciente com câncer?
Além de multidisciplinar, o tratamento do paciente com câncer é multiprofissional. De fato, além dos médicos, vários outros profissionais da saúde farão parte do dia a dia do paciente oncológico, a depender da situação, tais como:
- Enfermeiros;
- Psicólogos;
- Nutricionistas;
- Fisioterapeutas;
- Educadores Físicos;
- Dentistas.
O câncer tem cura?
A cura do câncer depende de vários fatores, como:
- Estágio da doença (localizada x metastática);
- Tipo da doença (definido pelo exame anatomopatológico);
- Tratamento empregado (protocolos-padrão);
- Estado clínico do paciente.
Como regra geral, o tratamento do paciente com câncer depende do estágio da doença: localizada (inicial) ou metastática (avançada).
Quando a doença está localizada, o tratamento tem proposta curativa. Após o tratamento, considera-se que o paciente está em remissão da doença. No entanto, ele manterá acompanhamento regular durante pelo menos cinco anos com seus médicos para avaliação clínica e exames complementares quando necessário.
Já quando a doença é metastática, o tratamento tem proposta paliativa. O paciente é acompanhado com maior frequência pelo Oncologista e os exames são feitos com regularidade, pois o tratamento passa a ser crônico.
O que fazer quando o câncer não tem cura?
Quando o câncer não tem possibilidade de cura, o paciente se beneficia do tratamento paliativo, que busca:
- Aumentar o tempo de vida;
- Atrasar a evolução da doença;
- Aliviar os sintomas;
- Qualidade de vida;
- Conforto.
Para isso, o tratamento paliativo consiste em opções de tratamentos específicos contra a doença, como quimioterapia, radioterapia etc., e também diversas medidas de suporte clínico auxiliares, visando o bem estar do paciente.
Qual é a importância do cuidador do paciente com câncer?
O diagnóstico de câncer afeta também os familiares do doente e seus amigos. É importante que os cuidadores sejam empoderados com informações a fim de aprender a:
- Como cuidar de si mesmo na condição de cuidador;
- Entender melhor a situação pela qual seu ente querido está passando;
- Desenvolver habilidades para lidar e cuidar;
- Adotar medidas para ajudar a proteger sua saúde e bem estar.
Dr. Rodrigo de Assis Moraes
Médico Oncologista Clínico
CRM-SP 124.668 | RQE 44.725
Última atualização: 06/04/2022
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Dr. Rodrigo de Assis Moraes
Oncologista Clínico em
Campinas - SP
Médico Oncologista Clínico em Campinas - SP com a missão diária de ajudar as pessoas no enfrentamento do câncer e contribuir para a promoção da saúde e do bem estar.
Graduação e residência médica pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, com estágio na Mayo Clinic nos EUA e título de especialista pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e Associação Médica Brasileira.
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