Hormônios

Estima-se que cerca de 3%? dos diagnósticos de câncer estejam relacionados a mulheres com maior exposição a hormônios durante o ciclo reprodutivo.
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Hormônios aumentam o risco de câncer?

Sim. O estrogênio, o hormônio sexual feminino, é um carcinógeno humano.

Embora seja essencial na fisiologia de mulheres e homens, a exposição excessiva ao estrogênio também aumenta o risco de certos tipos de câncer, como mama e endométrio.

Como ocorre a exposição excessiva ao estrogênio?

O estrogênio é um hormônio essencial produzido pelos ovários, adrenais e pelo tecido gorduroso.

É possível ainda se expor ao estrogênio exógeno, ou seja, introduzido no organismo por meio de:

  • Terapia de reposição hormonal para a menopausa;
  • Medicamentos (dietilestilbestrol);
  • Anticoncepcionais orais.

Como o histórico reprodutivo da mulher pode aumentar o risco de câncer?

A exposição por um longo tempo ou a altos níveis dos próprios hormônios estrogênio e progesterona produzidos pelos ovários aumenta o risco de câncer de mama.

Os eventos reprodutivos da mulher que aumentam sua exposição aos próprios hormônios são:

  • Menarca (primeira menstruação) precoce;
  • Menopausa (última menstruação) tardia;
  • Primeira gravidez tardia;
  • Nuliparidade (não ter dado à luz).

A terapia de reposição hormonal para a menopausa causa câncer?

Sim. A terapia de reposição hormonal para a menopausa com estrogênio isoladamente aumenta o risco de câncer de endométrio. Por outro lado, a terapia de reposição hormonal para a menopausa com estrogênio e progestina (progesterona sintética) combinadas aumenta o risco de câncer de mama.

O medicamento Dietilestilbestrol aumenta o risco de câncer?

O Dietilestilbestrol (DES) é um estrogênio sintético que foi usado em algumas mulheres grávidas para prevenir aborto espontâneo ou parto prematuro. As mulheres que tomavam DES durante a gravidez tinham um risco aumentado de câncer de mama. Seus filhos tinham um risco aumentado de câncer de vagina e colo de útero.

Anticoncepcionais orais influenciam o risco de câncer?

Possivelmente.

Praticamente todos os estudos avaliando a ligação entre anticoncepcional oral e câncer são observacionais (coortes prospectivas e estudos caso-controle), e os dados obtidos desse tipo de estudo são apenas geradores de hipóteses e não permitem estabelecer relação de causa e efeito de maneira definitiva. Portanto, não há evidência científica conclusiva de que o uso de anticoncepcionais orais aumenta ou diminui o risco de câncer.

No entanto, esses mesmos estudos observacionais mostram uma associação do uso de anticoncepcionais orais com o risco aumentado de certos tipos de câncer (mama e colo de útero) e o risco diminuído de outros (endométrio, ovário e cólon e reto).

Como os anticoncepcionais podem influenciar o risco de câncer?

Considerando que os anticoncepcionais orais contêm estrogênio e progesterona sintéticos, existem vários mecanismos propostos para explicar o aumento ou a diminuição do risco de certos tipos de câncer:

  • Ativação de receptores de hormônios (câncer de mama);
  • Aumento da suscetibilidade das células do colo uterino à infecção pelo HPV (câncer de colo de útero);
  • Diminuindo a proliferação celular (câncer de endométrio);
  • Reduzindo o número de ovulações e, consequentemente, à exposição aos hormônios femininos naturais (câncer de ovário);
  • Reduzindo os níveis sanguíneos de ácidos biliares (câncer de cólon).

 

Dr. Rodrigo de Assis Moraes

Médico Oncologista Clínico

CRM-SP 124.668 | RQE 44.725

 

Última atualização: 06/04/2022

 

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Dr. Rodrigo de Assis Moraes
Oncologista Clínico em
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Médico Oncologista Clínico em Campinas - SP com a missão diária de ajudar as pessoas no enfrentamento do câncer e contribuir para a promoção da saúde e do bem estar.

Graduação e residência médica pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, com estágio na Mayo Clinic nos EUA e título de especialista pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e Associação Médica Brasileira.

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