Quimioterapia

O que é quimioterapia?

Quimioterapia é um tipo de tratamento contra o câncer que usa drogas tóxicas para destruir as células malignas e reduzir ou eliminar o tumor.

Quem é o médico especialista em quimioterapia?

O médico especialista em quimioterapia é o oncologista clínico, no caso das neoplasias sólidas, e o onco-hematologista, no caso das neoplasias hematológicas.

O oncopediatra é o médico especialista em quimioterapia na faixa etária de crianças e adolescentes.

Como a quimioterapia funciona contra o câncer?

A quimioterapia consiste no uso de drogas que agem no interior das células, especialmente aquelas que se dividem mais. Uma vez danificadas, essas células param de se dividir ou morrem, sendo reabsorvidas pelo organismo.

Quais pacientes têm indicação de quimioterapia?

Os medicamentos, incluindo a quimioterapia, são uma das bases do tratamento oncológico e são usados no tratamento de muitos tipos de câncer.

Assim como a cirurgia e a radioterapia, a quimioterapia pode ter objetivo curativo ou paliativo contra o câncer.

Quando o intuito é curativo, a quimioterapia é usada para eliminar completamente o câncer e/ou diminuir o risco de que ele volte.

Quando o intuito é paliativo, a quimioterapia é usada para reduzir o tamanho do tumor e assim aliviar os sintomas como dor ou falta de ar.

A quimioterapia pode ser usada com outros tratamentos contra o câncer?

Sim.

O tratamento com medicamentos, incluindo a quimioterapia, faz parte do tripé do tratamento oncológico, juntamente com a cirurgia e a radioterapia. Eventualmente pode ser usada isoladamente no tratamento do paciente com câncer.

Em muitos casos, porém, a quimioterapia é usada em combinação com um ou mais tratamentos. A sequência do tratamento com quimioterapia varia dependendo do tipo e estágio do câncer e do objetivo do tratamento:

• Antes da cirurgia: para reduzir o tamanho do tumor, facilitando sua posterior remoção pelo cirurgião. Este é o chamado tratamento neoadjuvante.
• Durante a cirurgia: para atingir diretamente o tumor exposto, protegendo mais os tecidos próximos.
• Depois da cirurgia: para destruir células malignas que possam ter sobrado no local onde o tumor estava ou em outras partes do corpo. Este é o chamado tratamento adjuvante.

Quais são os efeitos colaterais da quimioterapia?

A quimioterapia ataca principalmente as células que estão se multiplicando mais rapidamente.

No entanto, além de atingir as células do câncer, a quimioterapia pode danificar células saudáveis.

Assim, podem ocorrer efeitos colaterais, que dependem de características individuais de cada paciente e do tipo de quimioterapia usada. Os principais efeitos colaterais da quimioterapia são:

• Fadiga
• Diminuição do apetite
• Feridas na boca
• Náusea e vômito
• Diarreia ou constipação
• Queda de cabelo
• Manchas na pele
• Alterações nas unhas
• Alteração nas células do sangue (anemia, sangramento, queda da imunidade)
• Alteração de memória ou concentração
• Disfunção sexual
• Dor ou formigamento nos membros
• Insônia

É importante destacar que as pessoas respondem diferentemente a um mesmo tratamento.

Algumas não sofrem efeitos colaterais, enquanto outras sofrem um ou mais efeitos colaterais que variam amplamente de uma pessoa para outra quanto às características:

• Quantidade: poucos ou muitos
• Intensidade: leves ou intensos
• Surgimento: precoce ou tardio
• Duração: passageiros ou duradouros/permantentes

Existem medicamentos e medidas a serem tomadas para aliviar muitos desses efeitos colaterais.

Converse sempre com o seu médico sobre seu tratamento, seus possíveis efeitos colaterais e como amenizá-los.

Como a quimioterapia é aplicada?

A quimioterapia pode ser aplicada por várias vias:

• Oral: comprimidos pela boca
• Intravenosa: solução injetada na veia
• Intramuscular: solução injetada no músculo
• Subcutânea: solução injetada no tecido subcutâneo (entre a pele e o músculo)
• Intratecal: solução injetada no líquor (líquido que banha o cérebro e a medula espinhal)
• Intraperitoneal: solução aplicada na cavidade peritoneal, que reveste os órgãos abdominais
• Intra-arterial: solução injetada na artéria
• Tópica: creme aplicado sobre a pele

O que é cateter e quem precisa para tomar quimioterapia?

A principal via de administração da quimioterapia é intravenosa. Na maioria dos casos, uma agulha fina é inserida em uma veia da mão ou do antebraço antes do início da infusão da quimioterapia e retirada após o seu término.

Porém, dependendo do tipo de quimioterapia ou das características do paciente, a quimioterapia intravenosa pode ser aplicada por meio de um cateter com ou sem uma bomba de infusão:

• Cateter totalmente implantável (Port-a-Cath): Trata-se de um tubo fino e flexível colocado dentro de uma veia profunda. Numa das extremidades do cateter, existe um pequeno reservatório em forma de disco onde será inserida uma agulha no momento da infusão da quimioterapia. Todo esse dispositivo é implantado debaixo da pele, geralmente no tórax, por meio de uma pequena cirurgia e pode ser removido após o término de todo o tratamento.
• Bomba de infusão: É um pequeno dispositivo, geralmente externo ao paciente, que é conectado ao cateter para controlar a quantidade e velocidade da infusão da quimioterapia. É especialmente útil para pacientes que recebem quimioterapia por infusão contínua domiciliar durante mais de um dia.

Como é escolhida a quimioterapia e quanto tempo dura o tratamento com quimioterapia?

O esquema de quimioterapia e a duração do tratamento prescritos pelo oncologista depende de vários fatores:

• Tipo de câncer
• Estágio do câncer
• Objetivo do tratamento: curativo ou paliativo
• Tratamentos anteriores
• Estado geral do paciente
• Resposta ao tratamento

A quimioterapia é administrada em ciclos, que equivalem ao dia da aplicação da medicação mais um período de descanso. Esses ciclos geralmente duram de 1 a 4 semanas, e o tratamento pode durar de alguns meses até por tempo indeterminado.

Como saber se a quimioterapia está funcionando?

Durante o tratamento com quimioterapia, o paciente consultará o seu oncologista com frequência, a cada poucas semanas. Nessas consultas, o médico avaliará o estado geral do paciente, se houve algum efeito colateral devido tratamento, bem como alguns exames de sangue.

Os efeitos colaterais na maioria das vezes não são parâmetros adequados para avaliar a eficácia do tratamento. A falta de efeitos colaterais não significa que a quimioterapia não está funcionando. Por outro lado, a presença de efeitos colaterais intensos não significa que a quimioterapia está sendo mais eficaz.

Quando a quimioterapia está sendo feita para reduzir o tamanho do tumor, eventualmente é possível avaliar a eficácia do tratamento durante o exame físico do paciente, caso o tumor seja palpável.

Na maioria das vezes, além do exame físico frequente, o médico solicitará exames complementares de sangue e imagem, como tomografias, para melhor avaliar a resposta ao tratamento aproximadamente a cada 3 meses.

Dr. Rodrigo de Assis Moraes

Médico Oncologista Clínico

CRM-SP 124.668 | RQE 44.725

Última atualização: 06/04/2022

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